A migração para o mercado livre de energia e a contratação de energia renovável estão incentivando as empresas a adotar práticas mais sustentáveis, como a negociação de créditos de carbono. Segundo José Guilherme Amato, gerente de Negócios de Carbono da Auren, a escolha por fontes de energia limpa tem sido uma porta de entrada para que as empresas busquem soluções para reduzir ou compensar suas emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a Auren tem incentivado consumidores de diferentes portes a conhecerem práticas sustentáveis, como inventários de emissões simplificados, o que contribui para um mercado mais consciente e responsável.
A Auren, uma das principais comercializadoras de energia no mercado livre no Brasil, oferece não apenas energia renovável, mas também uma plataforma digital para negociação de créditos de carbono. Em 2024, a companhia lançou essa plataforma, que já negociou milhões de créditos, contribuindo com cerca de R$ 20 milhões em faturamento anual. A empresa espera dobrar o volume de créditos negociados até 2030, com uma crescente demanda tanto de grandes empresas quanto de microempreendedores individuais (MEIs). A negociação de créditos de carbono também reflete um amadurecimento do mercado e um aumento da responsabilidade ambiental por parte das empresas.
A aprovação do Projeto de Lei 182/2024, que cria um mercado regulado de carbono no Brasil, deve ampliar ainda mais a demanda por créditos de carbono, conforme destaca Amato. Apesar de reconhecer falhas na proposta, o executivo acredita que a regulamentação do mercado será um avanço importante para a sustentabilidade no país. A expectativa é de que a nova legislação contribua para um crescimento estruturado do mercado de carbono, incentivando a participação ativa de empresas e da sociedade civil no desenvolvimento das normas que irão reger o setor.