José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e figura histórica do Partido dos Trabalhadores, criticou o mercado financeiro por tentar impor suas pautas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista recente, Dirceu afirmou que o mercado se opôs ao pacote fiscal do governo, especialmente às medidas que buscam isentar do Imposto de Renda pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil. Para ele, a reação do mercado é especulativa, e o governo está sendo pressionado a adotar medidas que não estão alinhadas com o programa que elegeu Lula para o terceiro mandato. Dirceu também criticou o aumento do dólar, atribuindo-o à especulação e não à política econômica do governo, que, segundo ele, está promovendo estabilidade.
Dirceu defendeu a proposta fiscal do governo, ressaltando que ela é adequada ao cenário atual e à correlação de forças no Congresso. O ex-ministro também opinou que o mercado está tentando antecipar a eleição de 2026, sugerindo que o governo deveria focar em garantir crescimento econômico e em não ceder às pressões externas. Ele acredita que o Congresso, e não o mercado, será o principal responsável por resolver os impasses econômicos, e destacou que a atual falta de recursos nos ministérios exige reflexão sobre os próximos dois anos, antes das eleições presidenciais.
O ex-deputado também falou sobre as eleições de 2026, com uma possível reeleição de Lula, e sobre os desafios que o governo pode enfrentar com candidatos como Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro. Dirceu se mostrou confiante na recuperação de sua carreira política, após a anulação de algumas de suas condenações pela Operação Lava Jato. Em relação ao seu futuro político, Dirceu declarou que, apesar de ainda ter pendências jurídicas, está comprometido com a militância do PT e com o governo Lula, deixando para decidir sua candidatura nas eleições de 2026 mais adiante.