O dólar comercial encerrou a semana em alta de 2%, cotado a R$ 6,19, impulsionado por preocupações fiscais e incertezas econômicas. Apesar da desaceleração no final do pregão devido à baixa liquidez típica do período, a valorização reflete a cautela do mercado com as políticas do governo e a divulgação de indicadores como o IPCA-15, que registrou alta de 0,34% em dezembro, abaixo das expectativas, mas com acumulado anual de 4,71%, acima do teto da meta. O Banco Central tentou conter a alta com intervenções no mercado cambial, totalizando US$ 30,77 bilhões nas últimas semanas.
Enquanto isso, o mercado de trabalho apresentou resultados mistos. A taxa de desemprego atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro, o menor nível da série histórica, mas a criação de vagas formais ficou abaixo do esperado, com 106.625 novos postos em novembro, segundo o Caged. Já o Ibovespa recuou 0,66%, encerrando em 120.269 pontos, e os juros futuros subiram, refletindo o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e a atenção do mercado às medidas fiscais do governo, que ainda enfrentam ajustes após alterações no pacote aprovado pelo Congresso.
A persistente incerteza fiscal segue gerando volatilidade no câmbio e influenciando expectativas para 2025. O mercado está atento às decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que poderá ajustar a taxa Selic em resposta aos desafios econômicos e ao impacto das medidas fiscais. O cenário sugere que as ações do governo nos próximos meses serão determinantes para o rumo dos mercados e a retomada de confiança dos investidores.