O mercado de juros apresentou volatilidade durante o dia, com uma forte alta pela manhã seguida de uma correção acentuada à tarde. A primeira parte da sessão foi marcada pela continuação da pressão sobre os juros, com vencimentos próximos a 16%, devido a temores sobre o pacote fiscal no Congresso e a atuação limitada do Banco Central (BC) no câmbio. No entanto, a partir da tarde, uma combinação de fatores ajudou a suavizar a pressão. O BC aumentou suas intervenções no mercado de câmbio, vendendo um montante recorde de US$ 8 bilhões, o que resultou em uma queda da cotação do dólar e alívio nos juros.
O ajuste nas taxas de juros foi também influenciado por declarações do futuro presidente do Banco Central, que reafirmou o compromisso com uma política monetária mais restritiva, sinalizando a possibilidade de novas altas na Selic. Isso ajudou a reduzir as expectativas de elevação mais agressiva dos juros, com a taxa terminal da Selic ajustada para 16,50% no final do dia, contra os 17% esperados pela manhã. A combinação de fatores internos, como o avanço nas votações do pacote fiscal na Câmara, e externos, como a intervenção cambial, contribuiu para o alívio do mercado, com destaque para o movimento de redução das taxas no mercado futuro de DI.
Adicionalmente, o Tesouro Nacional também contribuiu para a descompressão dos juros com a realização de leilões de compra e venda de títulos públicos. A atuação foi vista como um sinal positivo para o mercado, principalmente após a insatisfação gerada pela operação anterior com títulos NTN-F. O leilão de LTN, em particular, foi bem recebido, ajudando a estabilizar as taxas de juros no mercado secundário. Apesar da recompra ser limitada, a sinalização do Tesouro foi importante para reduzir o risco de uma crise de liquidez e restaurar a confiança no mercado de renda fixa.