O mercado de câmbio brasileiro registrou uma leve queda do dólar em relação ao real nesta terça-feira, 3, após uma sequência de recordes históricos, com a moeda americana chegando a R$ 6,06 no dia anterior. O movimento de desvalorização do dólar é impulsionado pela queda externa da moeda, enquanto o aumento do preço do petróleo e do minério de ferro, somado às promessas do Banco Central da China (PBoC) de políticas econômicas para 2025, trazem um alívio momentâneo. No entanto, o avanço dos retornos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) gerou cautela no mercado global.
No Brasil, o governo publicou no Diário Oficial a PEC com parte do pacote fiscal que inclui ajustes no abono salarial e no Fundeb, com o presidente Lula buscando a aprovação das medidas ainda em 2024. O Congresso também está debatendo propostas para novos gatilhos fiscais e limites no aumento real do salário mínimo. Embora as medidas sejam vistas como uma tentativa de alívio, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que elas não resolverão o problema fiscal de forma definitiva, mas poderão aliviar a situação até 2026. Além disso, o PIB do Brasil apresentou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2024, o que pode gerar pressões inflacionárias e influenciar futuras decisões do Banco Central sobre a Selic.
Em termos internacionais, o mercado está atento às possíveis mudanças na política monetária global, com expectativas de corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed). Nos EUA, a atenção está voltada para as falas de dirigentes do Fed, que reforçam a expectativa de um possível relaxamento monetário devido à melhora nos dados de inflação. A moeda chinesa também teve uma queda significativa em relação ao dólar, em meio à incerteza sobre as políticas comerciais da administração Trump. Por fim, o yuan atingiu o menor nível em um ano, refletindo temores com as futuras tarifas dos EUA sob o novo governo.