O mercado de câmbio acompanha a queda externa do dólar nesta terça-feira, 3, impulsionada pela alta dos preços do petróleo e minério de ferro, após o Banco Central da China (PBoC) anunciar políticas de apoio à economia para 2025. Este movimento é contrabalançado pelo aumento nos retornos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), que impactam a cotação da moeda brasileira. O dólar encontra uma trégua frente ao real após quatro dias consecutivos de altas, superando os R$ 6,00, devido a incertezas fiscais internas e a cautela sobre futuras tarifas comerciais com o governo Trump nos Estados Unidos.
No Brasil, o governo publicou no Diário Oficial as alterações fiscais propostas na PEC, que incluem modificações no abono salarial e no Fundeb, e o presidente Lula espera aprovação das medidas ainda este ano. Além disso, estão em tramitação no Congresso novos projetos de ajustes fiscais, incluindo a limitação do aumento real do salário mínimo e a definição de gatilhos fiscais. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que as mudanças não resolverão os problemas fiscais de forma definitiva, mas trarão alívio até 2026. Em relação à economia, o Brasil apresentou um crescimento de 0,9% do PIB no terceiro trimestre de 2024, ligeiramente superior às expectativas de mercado.
Externamente, investidores aguardam decisões monetárias importantes, com expectativas de cortes de juros tanto pelo Banco Central Europeu (BCE) quanto pelo Federal Reserve (Fed). O dólar também é impactado pela queda do yuan chinês, que atingiu os menores níveis em um ano devido à expectativa de tarifas mais altas com o governo de Donald Trump. A China, por sua vez, reafirma sua posição de não desafiar os Estados Unidos e ressalta que seu crescimento é uma tendência histórica. A agenda econômica nos EUA inclui a divulgação de dados sobre vagas de emprego e declarações de dirigentes do Fed, que podem influenciar as expectativas de políticas monetárias futuras.