Uma operação da Polícia Federal desmantelou uma organização criminosa envolvida em fraudes em licitações públicas em diversas partes do Brasil. Empresários e servidores públicos manipulavam editais, superfaturavam obras e recebiam propinas para garantir contratos ilícitos, especialmente em obras de infraestrutura, como o caso das pavimentações na cidade de Campo Formoso, na Bahia. Esses esquemas envolviam o uso de emendas parlamentares para destinar recursos públicos, que eram desviados por meio de licitações fraudulentas e superfaturamento de obras. De acordo com a investigação, o dinheiro da corrupção era transportado em jatinhos e lavado por meio de empresas fantasmas, além de ser utilizado em pagamentos de propina.
Os envolvidos no esquema movimentaram mais de R$ 1 bilhão em contratos fraudulentos, abrangendo pelo menos 14 estados. Entre os alvos da operação estavam empresários e servidores públicos, incluindo pessoas com cargos políticos. O grupo facilitava a aprovação de contratos em troca de favores, e grande parte dos recursos desviados era enviada a Brasília, onde ocorriam as articulações para liberar os pagamentos. A operação resultou na apreensão de aeronaves, carros de luxo, imóveis e mais de R$ 3 milhões em espécie. A investigação também apontou que o esquema envolvia múltiplos agentes de diversas esferas governamentais.
Apesar das evidências, as autoridades ainda não conseguiram comprovar o envolvimento direto de políticos na execução das fraudes, uma vez que a destinação de emendas parlamentares, por si só, é uma prática legal prevista pela legislação brasileira. As defesas dos acusados negam as acusações e afirmam que as investigações ainda não forneceram provas suficientes para que se manifestem. A operação, que resultou na prisão de vários envolvidos, está em andamento, e a Polícia Federal segue com diligências para identificar e capturar outros membros da organização criminosa.