Após a eleição de Donald Trump em 2016, muitos americanos começaram a estocar produtos essenciais devido à preocupação com as tarifas de importação que o então presidente prometeu implementar, especialmente sobre mercadorias vindas da China, México e Canadá. Herschel Wilson, morador de Tacoma, Washington, por exemplo, gastou cerca de US$ 300 em produtos essenciais, como alimentos enlatados e papel higiênico, acreditando que os preços aumentariam caso as tarifas fossem aplicadas. Essa prática não é isolada, com consumidores e pequenas empresas, como o estúdio de cerâmica de Wilson, temendo que o custo dos produtos importados suba significativamente.
Especialistas alertam que estocar pode ser uma estratégia arriscada, já que as tarifas nem sempre se concretizam da forma prometida. Scott Lincicome, do Cato Institute, enfatiza que a incerteza sobre a imposição das tarifas faz com que muitos gastem dinheiro antecipadamente em produtos que podem não ser mais caros ou escassos. Além disso, o aumento da demanda gerado por estoques pode agravar ainda mais a escassez de itens e até resultar em preços mais altos, o que torna a estratégia de estocar uma solução temporária e incerta.
Empresas também estão se preparando para possíveis aumentos de tarifas, com grandes corporações como Stanley Black & Decker elevando seus estoques para mitigar custos futuros. Algumas empresas estão buscando alternativas, como mudar a produção para outros países, enquanto outras tentam garantir preços mais baixos com compras antecipadas. Embora as tarifas possam não ser tão amplamente implementadas quanto inicialmente planejado, a preocupação com o aumento dos custos continua a afetar tanto consumidores quanto o setor empresarial, que buscam maneiras de se proteger contra uma possível inflação tarifária.