Após sofrer um ataque isquêmico transitório, o advogado Hélio Marcos da Silva, de 51 anos, recebeu a recomendação médica de reduzir sua carga de trabalho e dedicar mais tempo à vida pessoal. Seguindo essa orientação, ele começou a colecionar máquinas de escrever, um hobby que o levou a refletir sobre a importância do equilíbrio entre o trabalho e os prazeres pessoais. Hélio, que no passado havia feito um curso de datilografia, redescobriu sua paixão pelo equipamento e passou a restaurar máquinas antigas, comprando peças em feiras, brechós e pela internet. Sua coleção, que começou com a meta de 50 unidades, hoje conta com cerca de 140 máquinas de escrever, sendo a mais antiga uma Oliver de 1897.
Além de se aprofundar no hobby, Hélio também passou a praticar atividades físicas, como o ciclismo, buscando uma válvula de escape para a rotina intensa da advocacia. Ele compartilha que a coleção de máquinas de escrever não só proporcionou prazer, mas também o ajudou a perceber que a vida não deve ser vivida apenas para o trabalho. Hoje, ele vê sua paixão pelas máquinas como um meio de ampliar seus horizontes e encontrar felicidade fora do mundo jurídico, permitindo-se uma maior conexão consigo mesmo e com outras pessoas.
Com o tempo, o advogado também percebeu que o valor das máquinas vai além do aspecto financeiro, refletindo a história e o significado que cada uma carrega. Embora algumas possam valer mais de R$ 10 mil, Hélio explica que o verdadeiro valor das peças está na emoção que elas representam. Ele destaca que, embora as máquinas de escrever não sejam mais usadas no dia a dia, elas tiveram um papel crucial na história, e sua coleção é uma forma de preservar essa memória.