A 20 dias de iniciar seu terceiro mandato, Nicolás Maduro anunciou a intenção de realizar uma grande reforma constitucional na Venezuela, proposta que gerou desconfiança tanto da oposição quanto da comunidade internacional. A reforma foi vista como uma manobra política para consolidar o controle do governo, em um contexto de acusações de fraude eleitoral e repressão a opositores. Maduro afirmou que a mudança visa “democratizar” a sociedade e empoderar os cidadãos, mas a falta de detalhes e o histórico autoritário do regime alimentam o ceticismo generalizado.
A proposta de reforma constitucional remonta a 2017, quando Maduro já havia convocado uma Assembleia Constituinte que, na prática, reforçou seu poder, em um movimento similar ao de outros líderes da região com tendências autoritárias. A Constituição atual foi estabelecida há 25 anos por Hugo Chávez e, agora, o presidente em exercício sugere modificações que, segundo ele, fortaleceriam a soberania nacional. Contudo, críticos alertam que tais mudanças podem ser mais uma tentativa de neutralizar a oposição e garantir a permanência do governo no poder.
Em meio a esse cenário, o país continua a enfrentar sérias questões políticas e sociais, como a prisão de opositores e a morte de prisioneiros políticos sob custódia do regime. A reforma proposta também inclui mudanças na legislação eleitoral e no sistema judicial, com a implementação de medidas que ampliariam o controle do governo sobre o aparato estatal. Com esses movimentos, Maduro busca justificar sua permanência no poder, mas o desconforto de boa parte da população e da comunidade internacional permanece evidente.