O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou em pronunciamento na TV que cumprirá seu mandato até maio de 2027, um dia após a queda do governo do primeiro-ministro Michel Barnier, que havia sido nomeado por ele. Barnier, escolhido após as eleições legislativas de julho, enfrentou uma situação política inédita, em que nenhum bloco obteve maioria na Assembleia Nacional, levando a um impasse no governo. A coalizão de esquerda foi a mais votada, seguida pela extrema direita, mas nenhum grupo conquistou a maioria absoluta. Esse cenário resultou em uma escolha controversa por parte de Macron ao indicar Barnier, que não teve apoio suficiente no parlamento.
A crise política culminou em uma moção de censura apresentada por uma aliança inesperada entre a esquerda e a extrema direita, ambas insatisfeitas com a nomeação de Barnier. Na quarta-feira (4), a moção foi aprovada por 331 dos 574 deputados, superando o número mínimo de votos necessários para sua implementação. Com isso, Barnier foi destituído do cargo, entregando sua carta de renúncia ao presidente, que aceitou a demissão, mas pediu que ele continuasse no posto temporariamente até a nomeação de um novo primeiro-ministro.
Macron, que enfrenta crescente oposição interna, reafirmou que permanecerá no cargo e seguirá com a administração até o fim do mandato, sem a intenção de convocar novas eleições. O presidente anunciou que nomeará um novo primeiro-ministro nos próximos dias, buscando estabilizar a situação política do país. O cenário atual revela um forte impasse entre as forças políticas, refletindo a polarização e dificuldades de governabilidade que marcam o período pós-eleitoral na França.