Anne, uma macaco-prego que havia sido apreendida pelo Ibama no final de novembro, foi devolvida à sua tutora nesta segunda-feira (23), após uma decisão judicial favorável. A macaca, que estava com a família desde fevereiro, foi retirada durante um passeio em um shopping de Brasília, onde foi abordada pelas autoridades. A família alegou ter adquirido o animal de um criadouro em Santa Catarina, pagando R$ 30 mil pelo filhote, e apresentou documentos que comprovam a compra e a microchipagem do animal. No entanto, o Ibama questionou a legalidade da documentação e impôs uma multa de R$ 10 mil à família.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirmou que, apesar de cumprir a decisão judicial, recorrerá da decisão por entender que a criação de primatas em cativeiro pode representar riscos tanto para os seres humanos quanto para os animais. A instituição também aponta que, à medida que o macaco cresce, ele tende a se tornar mais agressivo, o que poderia colocar a segurança da família em risco. O Ibama, por meio de um agente ambiental, destacou que continuará a cumprir todas as ordens judiciais, mas pretende contestar esta decisão no tribunal.
A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA), iniciou uma investigação para verificar a veracidade da documentação apresentada pela família. A apreensão de Anne gerou polêmica, já que muitos questionam a legalidade de manter animais silvestres em cativeiro, especialmente espécies como os macacos-prego, que são conhecidos por suas necessidades específicas e comportamentos imprevisíveis em ambientes domésticos.