O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no Palácio do Alvorada, Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, para a assinatura de seu termo de posse. Galípolo assumirá a presidência da autarquia a partir de 1º de janeiro de 2025, marcando a primeira transição de liderança em um BC autônomo. Embora o processo tenha enfrentado resistências iniciais, especialmente devido a críticas ao ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o governo afirmou que não interferirá nas ações do novo presidente e que a autonomia da instituição será mantida.
A proximidade de Galípolo com o Executivo, devido à sua experiência como secretário-executivo do Ministério da Fazenda, gerou preocupações no mercado financeiro. No entanto, economistas acreditam que esses temores foram superados, considerando o perfil técnico de Galípolo e seu compromisso com a manutenção da política monetária. Ele tem demonstrado postura firme em relação ao controle da inflação e à necessidade de medidas rigorosas, como a alta da taxa de juros, para garantir a estabilidade econômica.
O cenário econômico em 2025 será marcado por incertezas fiscais, o que deverá impactar diretamente a política monetária. A expectativa é que a Selic permaneça elevada, com projeções indicando uma possível alta até 14,75%. Analistas sugerem que, dependendo da abordagem fiscal adotada pelo governo, o mercado pode reagir positivamente, favorecendo até cortes na taxa de juros ao longo do ano. Porém, caso falte uma estratégia fiscal clara, o Brasil pode enfrentar desafios econômicos, como a desvalorização do real e novos picos do dólar.