O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em um seminário do Partido dos Trabalhadores (PT) a dificuldade enfrentada pelo governo para governar, devido à limitada representação do PT no Congresso Nacional. Com apenas 70 deputados em uma Câmara de 513 e 9 senadores em um total de 81, o presidente apontou que isso torna a aprovação de projetos uma tarefa árdua, exigindo inúmeras reuniões e negociações. Lula também mencionou que, ao assumir a presidência, o poder Executivo e o orçamento foram “sequestrados” pelo Congresso, o que impôs desafios adicionais ao seu governo.
Lula afirmou que a organização do PT é crucial para superar os obstáculos legislativos e destacou a importância de manter uma base partidária mobilizada, mesmo quando o governo enfrenta dificuldades em aprovar suas pautas. Ele explicou que, sem o apoio e a força do partido, o mandato pode perder legitimidade, e a base precisa ter razões claras para continuar lutando em prol do governo, independentemente da atuação individual de seus deputados ou senadores.
O presidente também abordou questões envolvendo as emendas de relator (orçamento secreto), que foram suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2022 devido à falta de transparência. Embora o Congresso tenha aprovado novas regras para garantir a rastreabilidade dos recursos, o STF questionou novamente a transparência no pagamento das emendas. O ministro Flávio Dino condicionou a execução dos recursos à adaptação a regras mais rigorosas, o que gerou descontentamento entre os parlamentares.