O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está buscando apoio da base aliada para a aprovação do pacote fiscal, um conjunto de medidas econômicas que inclui regras mais rígidas para o acesso a benefícios sociais. De acordo com interlocutores do governo, Lula deve convocar, na próxima semana, uma reunião do Conselho Político da Coalizão, que reúne os 16 partidos da base, para tratar da importância de garantir a aprovação do pacote no Congresso. A medida visa demonstrar que a votação do pacote será uma prioridade total do governo, com a expectativa de que os partidos aliados se mobilizem para garantir os votos necessários.
Apesar das dificuldades enfrentadas na articulação política e nas negociações com o Congresso, o governo de Lula tem se empenhado em garantir apoio, com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, orientando os ministros políticos a intensificar as conversas com deputados de suas bancadas. A equipe do governo acredita que, com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira, para a urgência dos projetos, a votação do pacote poderá avançar no início de dezembro. No entanto, há resistência de algumas legendas, como PSD e União Brasil, que condicionam a aprovação dos projetos a negociações políticas, especialmente relacionadas à liberação de emendas parlamentares e à sucessão na Câmara.
O governo também indicou que o apoio dos aliados nas votações deste ano poderá influenciar a composição ministerial, com uma reforma ministerial prevista para fevereiro, após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Nesse contexto, os partidos que obtiverem votos significativos para o pacote fiscal poderão ter maior peso nas negociações para ocupação de cargos no governo. A votação do pacote fiscal, portanto, é vista como um teste de força política para a gestão de Lula nos próximos meses.