Fobos e Deimos, as duas luas de Marte, têm características distintas que desafiam a percepção convencional de um satélite natural. Pequenas e irregulares, Fobos tem apenas 27 km de diâmetro, enquanto Deimos mede 14 km de comprimento. Sua forma e tamanho atípicos levaram cientistas a questionar sua origem. Uma pesquisa recente sugere que essas luas podem ser asteroides primitivos que foram capturados pela gravidade do planeta vermelho, ao invés de se formarem por processos tradicionais de colisão ou aglomeração de material.
A equipe de pesquisa, liderada por Jacob Kegerreis, propôs um modelo alternativo, baseado em simulações computacionais, para explicar a formação das luas. A teoria sugere que um asteroide, ao passar muito perto de Marte, foi desintegrado pelas intensas forças gravitacionais do planeta. Os fragmentos resultantes teriam formado um disco de material que, por meio de colisões e interações, gerou as pequenas luas. Este modelo se alinha com o processo que originou a Lua da Terra, quando um grande impacto formou um disco de detritos ao redor do planeta.
As simulações mostraram que a fragmentação de um asteroide próximo a Marte poderia explicar tanto a baixa inclinação e órbitas circulares das luas quanto a distância incomum de Deimos. A equipe acredita que o estudo poderá fornecer insights importantes sobre a composição e a história das luas de Marte, além de ajudar a prever o que será encontrado na missão japonesa MMX, que em 2026 trará amostras de Fobos à Terra. O modelo oferece uma explicação mais plausível para a formação das luas, levando em consideração os desafios da física gravitacional e os dados observacionais disponíveis.