Na Venezuela, um total de 956 pessoas detidas durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, em julho, foram libertadas antes do Natal. O Ministério Público venezuelano anunciou na segunda-feira (23) a soltura de 223 pessoas, em continuidade a um processo de revisão das prisões iniciado no mês anterior. As libertações ocorreram em coordenação com os tribunais penais, com destaque para a manhã, quando 177 pessoas foram liberadas, e à tarde, outras 46, totalizando até o momento 956 solturas.
Familiares e amigos dos detidos têm protestado e realizado vigílias há semanas, pedindo as libertações antes das festas de fim de ano. As detenções ocorreram após os protestos contra a reeleição de Maduro, marcada por alegações de fraude e denúncias de que a vitória não foi reconhecida por diversos países. A ONG Foro Penal, que acompanha casos de presos políticos, registrou que entre os quase mil libertos estão adolescentes, embora os detalhes sobre a quantidade exata não tenham sido divulgados. O governo informou que as libertações ocorrem dentro do marco do devido processo, conforme garantido pela Constituição.
A repressão aos protestos deixou também graves consequências, com 28 mortos, quase 200 feridos e diversas denúncias de maus-tratos, torturas e condições desumanas nas prisões. Alguns detidos morreram sob custódia, e outros teriam tentado suicídio, conforme relatos de familiares. Além disso, o governo enfrenta críticas sobre o tratamento dos presos e o processo eleitoral contestado, com a oposição e observadores internacionais questionando a transparência das eleições.