Nos últimos dias, o Banco Central tem intensificado a realização de leilões de dólares à vista, uma ferramenta usada para controlar a alta da moeda americana. Esses leilões têm se tornado cada vez mais frequentes devido à valorização do dólar nos últimos meses, que gerou preocupações sobre seu impacto na economia brasileira. Enquanto em alguns dias o efeito nas cotações foi moderado, em outros o dólar registrou quedas expressivas após a venda da moeda pelo Banco Central. A estratégia visa reduzir a pressão sobre a taxa de câmbio e, assim, mitigar os efeitos negativos de uma moeda mais forte para a economia.
As reservas internacionais do Brasil, que superam os US$ 340 bilhões, são utilizadas para financiar essas operações. Apesar de já terem sido vendidos mais de US$ 20 bilhões nos últimos dias, as reservas continuam robustas. O presidente do Banco Central destacou que a instituição está preparada para atuar conforme necessário, reforçando que o objetivo não é fixar o valor do dólar, mas garantir um equilíbrio cambial. Além disso, o uso dessas reservas para intervir no mercado de câmbio ocorre de forma controlada, com regras que exigem a notificação de outros diretores caso o valor da intervenção ultrapasse certos limites.
A formação das reservas é feita por meio de superávit comercial, investimentos estrangeiros, e outras fontes como a compra de ouro e ativos financeiros. A intervenção cambial por meio de leilões de dólares foi retomada em agosto após um período de mais de dois anos sem esse tipo de operação, com o aumento recente da volatilidade cambial. Embora esses leilões não sejam inéditos, sua frequência aumentada sinaliza a tentativa do Banco Central de gerenciar as flutuações cambiais com mais intensidade, especialmente diante do impacto da alta do dólar para a inflação e a economia do país.