A recente aprovação da lei que regula cooperativas e associações de proteção patrimonial promete expandir o mercado de seguros no Brasil, com foco especial na proteção de veículos. O principal impacto será o aumento da atuação dessas cooperativas, que até então estavam restritas a segmentos como o agrícola, agora podendo atuar no mercado de seguros em um âmbito mais amplo. A Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável pela regulação do setor, deverá intensificar suas atividades e ampliar sua fiscalização, com um concurso público previsto para o ano que vem, o primeiro em 15 anos.
As mudanças na legislação devem aumentar em até 15% o volume arrecadado pelo setor de seguros, com um impacto imediato na cobertura automotiva. Atualmente, apenas 30% da frota de veículos no Brasil está segurada, e as associações de proteção veicular (APVs) vinham concorrendo com preços mais baixos devido à menor quantidade de obrigações legais. Agora, essas entidades terão um prazo para regularizar sua atuação e, com isso, oferecer mais segurança ao consumidor. A Susep abrirá uma plataforma no início de 2025 para que as APVs se registrem e comecem a se adequar à nova legislação.
Em uma perspectiva de longo prazo, a entrada das cooperativas no setor de seguros pode transformar o mercado, como já ocorreu em outros segmentos, como o bancário. A Susep observa que as cooperativas podem ampliar o acesso a seguros em áreas onde as seguradoras ainda não atuam com força, particularmente em regiões mais afastadas ou em grupos com menos acesso ao sistema financeiro tradicional. A expectativa é que o setor de seguros, atualmente responsável por 6,5% do PIB, cresça para 10% até 2030, trazendo mais segurança e cobertura para os consumidores.