O Dia da Beleza Indígena, realizado no sábado (7) no Território Indígena do Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, celebrou pela 12ª vez a cultura e a diversidade dos povos originários da região. Neste ano, o evento foi coordenado pela juventude local, refletindo o tema “Arapyau”, que na língua guarani significa renovação e o início de um novo ciclo. A escolha dos jovens para a organização do evento foi bem recebida por Jaci Martins, fundadora da iniciativa, que se disse satisfeita com o desenvolvimento do trabalho ao longo dos anos.
O evento contou com diversas atividades culturais, como danças, apresentações de coral, feira de artesanato, pintura corporal e a tradicional demonstração de arco e flecha. Além disso, o desfile de vestimentas indígenas foi um dos momentos mais esperados da celebração. As roupas, criadas pelos próprios participantes, não apenas exibiram a diversidade cultural, mas também trouxeram mensagens de protesto, como “S.O.S Guarani Kaiowá” e “São Paulo é Terra Indígena”. A importância do desfile foi destacada por Ciara Martins, modelo indígena e organizadora, que mencionou a participação das oito aldeias do território no evento.
O evento também promoveu reflexões sobre o cuidado com o meio ambiente e a resistência indígena frente às ameaças externas. Gabriel Wera, um dos organizadores e agente de saúde, enfatizou a necessidade de proteger as florestas contra as ações de destruição promovidas por aqueles que buscam explorar suas riquezas. A edição de 2024 do Dia da Beleza Indígena, portanto, não só celebrou a cultura indígena, mas também se posicionou como um ato de resistência e renovação, com um olhar voltado para o futuro e a preservação das tradições e do meio ambiente.