O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar que suspende as licenças ambientais e os termos de cessão de uso do terreno e de ajuste de conduta para a ampliação da Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL), no bairro de São Mateus, zona leste da cidade. A ação foi movida por vereadores que questionam a legalidade da concessão da área e a conformidade do projeto com o Plano Diretor Estratégico. A decisão judicial impede temporariamente o corte de mais de 10 mil árvores no local, enquanto se analisam os impactos ambientais e as condições do licenciamento.
O projeto da Prefeitura de São Paulo prevê a expansão da CTL e a instalação do Ecoparque Leste, que incluiria a construção de unidades para tratamento de resíduos, como incineradores. No entanto, a proposta tem gerado oposição tanto de moradores quanto de ambientalistas, que criticam a falta de transparência e a possível ameaça ao ecossistema local, especialmente devido à localização da área em uma Zona Especial de Preservação Ambiental. A alteração do uso do solo, que envolve o desmatamento e o impacto sobre as nascentes do Rio Aricanduva, foi questionada pelos opositores, que pedem uma revisão mais ampla do projeto.
A Ecourbis, concessionária responsável pela operação e ampliação da CTL, afirma que o projeto respeita as exigências ambientais e que as tecnologias de tratamento de resíduos serão seguidas com sistemas modernos de controle de emissões. No entanto, a falta de um plano detalhado para o Ecoparque Leste e a dúvida sobre a real efetividade das alternativas de tratamento têm sido apontadas como falhas. A Prefeitura, por sua vez, defende a ampliação como parte da estratégia de gestão de resíduos, mas o processo continua a ser alvo de debate e de novas etapas jurídicas e legislativas.