A Justiça da Romênia anulou o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de 2024, ordenando que todo o processo eleitoral fosse refeito. A decisão ocorre após a divulgação de documentos pelo principal conselho de segurança do país, que indicam a ocorrência de ataques híbridos russos durante o período eleitoral. A reviravolta afeta o segundo turno, previsto para o dia 8 de dezembro, e deixa incerto o calendário do novo pleito. O candidato Calin Georgescu, que surpreendeu ao avançar para a segunda fase da disputa, foi um dos principais envolvidos nas controvérsias, com sua postura pró-Rússia e declarações controversas sobre a política externa da Romênia.
Georgescu, autoproclamado outsider e crítico da OTAN, tem se destacado por suas propostas de reverter a postura pró-Ucrânia da Romênia, interrompendo as exportações de grãos ucranianos e limitando a ajuda militar à Ucrânia. Seu discurso nacionalista e antiocidental foi um dos principais pilares de sua campanha, que também enfatizou valores tradicionais e conservadores. Além disso, Georgescu levantou questões sobre a importância do papel da Romênia dentro da aliança militar da OTAN, sugerindo que o país não deveria se submeter a compromissos de defesa impostos pelo bloco.
O avanço de Georgescu no primeiro turno causou grande preocupação em círculos diplomáticos, com especialistas da União Europeia alertando para os riscos de uma eventual vitória, dada a posição geopolítica estratégica da Romênia, que faz fronteira com a Ucrânia. Sua visão sobre figuras controversas da história romena e sua postura pró-Rússia geraram críticas de vários setores, tanto dentro quanto fora do país. A eleição marcada por divisões políticas profundas e o envolvimento de questões internacionais complexas continua a ser um ponto de tensão para o futuro político da Romênia e sua relação com a União Europeia e a OTAN.