A Justiça Federal rejeitou o pedido para suspender a venda dos terrenos na Praia de Taquarinhas, em Balneário Camboriú, que foi leiloada por R$ 31,5 milhões. A decisão, divulgada em 18 de dezembro, ocorreu após uma ação popular movida por um deputado estadual, que alegou que o valor da venda estava abaixo do mercado e que a criação de um parque estadual na área poderia ser uma alternativa. No entanto, a Justiça refutou esses argumentos, afirmando que a venda seguiu os procedimentos legais e que o preço final foi quase o dobro da avaliação inicial. O projeto de lei para a criação do parque ainda não foi sancionado, o que não gera obrigatoriedade legal sobre a área.
Os seis terrenos vendidos pertenciam a uma construtora paranaense que os ofereceu como garantia de um empréstimo não pago. Como o projeto de um hotel na região foi rejeitado, a Caixa Econômica Federal tomou posse dos lotes e organizou o leilão. A área, que é a última praia deserta e intocada da cidade, está localizada entre as praias de Taquaras e do Pinho, e era conhecida por sua beleza natural e tranquilidade, contrastando com o cenário de urbanização acelerada das praias vizinhas.
O empresário que adquiriu os terrenos, Marcos Gracher, afirmou que o projeto para a área prevê a criação de um parque sustentável, inspirado no Parque das Aves de Foz do Iguaçu. A região está inserida na APA Costa Brava e, por isso, a ocupação humana permanente é proibida, sendo permitidas apenas atividades como turismo ecológico e pesquisa científica. Apesar das restrições, a venda gerou controvérsias sobre o futuro uso da praia e suas implicações para a preservação ambiental local.