O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu rejeitar o pedido de arquivamento do caso de Dárik Sampaio da Silva, um adolescente de 13 anos que foi baleado durante uma perseguição policial em março deste ano, no bairro do Jordão, no Recife. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) havia solicitado o arquivamento, alegando a dificuldade de identificar o responsável pelos disparos, já que vários policiais estavam armados com pistolas do mesmo modelo. No entanto, a juíza Fernanda Moura de Carvalho entendeu que ainda era possível realizar mais diligências para identificar o atirador, já que existem suspeitas sobre os possíveis autores.
O inquérito aponta que Dárik foi atingido por uma bala de calibre .40, compatível com armas usadas pelos policiais durante a ação. A investigação foi encaminhada à Procuradoria-Geral de Justiça de Pernambuco, onde novas diligências poderão ser solicitadas para apurar a autoria do disparo. A juíza destacou que o objetivo do inquérito não é determinar a autoria precisa, mas reunir indícios suficientes para possíveis ações legais no futuro.
No dia 16 de março, Dárik foi baleado enquanto estava com colegas em frente à casa de uma delas. A Polícia Militar estava em perseguição a suspeitos de roubo de veículo e, segundo a PM, os criminosos teriam disparado contra os policiais, que revidaram. Dárik e as amigas tentaram se abrigar, mas ele foi atingido e, apesar de socorrido, morreu. A circunstância de Dárik ser transportado na mala de uma viatura, em vez da parte da frente, também gerou questionamentos. A PM afirmou que agiu com prontidão, mas não explicou as razões para a forma como o jovem foi levado ao hospital.