Em abril deste ano, uma empresária foi condenada pela Justiça do Vietnã após ser acusada de fraudar um dos maiores bancos do país, além de subornar funcionários públicos. A acusada, que outrora acumulou uma fortuna de bilhões de dólares, se tornou o centro do que é considerado o maior esquema de fraude bancária da história do Vietnã. Ela teria desviado cerca de US$ 12 bilhões ao longo de uma década, utilizando uma rede de empresas de fachada para tomar empréstimos fraudulentos, o que equivale a aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
A pena imposta, conforme a legislação do Vietnã, foi a de morte. Contudo, a condenada, agora com 68 anos, recorreu da sentença pedindo uma abordagem mais branda, tentando transformar a pena capital em prisão perpétua. O tribunal, entretanto, manteve a decisão inicial, exigindo que ela pague US$ 9 bilhões — ou seja, 75% do valor desviado — como forma de evitar a execução da pena. O governo vietnamita, por sua vez, tratou o caso como parte de uma campanha anticorrupção, visando dar uma resposta firme à crescente pressão popular.
A situação reflete os esforços do Partido Comunista do Vietnã para consolidar sua imagem e manter-se no poder diante das demandas por justiça e transparência. O caso tem sido amplamente divulgado como um exemplo das medidas drásticas que o país adota contra a corrupção, sendo também um reflexo das tensões sociais em relação ao sistema financeiro e político do país.