O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o inquérito sobre a morte de um adolescente de 13 anos, vítima de bala perdida durante uma perseguição policial, seja reaberto, após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ter solicitado o arquivamento do caso. A juíza responsável pela decisão argumentou que, embora não seja possível identificar o atirador, há indícios suficientes para dar continuidade à investigação. A perícia apontou que o adolescente foi atingido por uma bala de calibre .40, compatível com as armas usadas pelos policiais envolvidos na ocorrência.
A morte ocorreu em março de 2024, quando a Polícia Militar realizava uma perseguição a suspeitos de roubo de carro na Zona Sul do Recife. Durante a ação, os suspeitos teriam reagido com disparos, e a polícia revidou. O adolescente estava em frente à casa de uma amiga e foi atingido por um dos disparos, vindo a falecer após ser socorrido. A investigação militar sobre a conduta dos policiais concluiu que não houve transgressão disciplinar, mas a juíza entendeu que a identificação do responsável pelos disparos ainda é possível, mesmo sem a certeza absoluta de quem efetuou o tiro.
A decisão judicial destaca que o inquérito não tem como objetivo identificar de maneira precisa o autor, mas sim reunir indícios suficientes para a abertura de um eventual processo penal. A magistrada afirmou que novas diligências são necessárias para investigar a responsabilidade dos policiais envolvidos e que a ausência de um único autor identificado não deve ser motivo para encerrar o caso sem uma análise mais profunda.