O Tribunal Constitucional da Romênia anulou, na sexta-feira, 6, o primeiro turno das eleições presidenciais após alegações de interferência externa, particularmente da Rússia, em favor de um dos candidatos. A decisão histórica foi tomada após o presidente Klaus Iohannis divulgar informações de inteligência que indicavam a promoção do candidato Calin Georgescu nas redes sociais, como TikTok e Telegram, por parte de atores russos. O primeiro turno, realizado em 24 de novembro, havia surpreendido, com Georgescu, um candidato outsider, superando expectativas, apesar de não ter investido recursos significativos em sua campanha.
A anulação do primeiro turno gerou um debate acirrado no país. Elena Lasconi, que deveria disputar o segundo turno com Georgescu, criticou veementemente a decisão, considerando-a ilegal e antidemocrática. Ela defendeu que a votação deveria ter seguido seu curso, com a questão da interferência externa sendo tratada após as eleições. Por outro lado, especialistas como o analista Cristian Andrei alertaram que a decisão pode causar uma crise institucional e questionaram a capacidade do sistema democrático romeno em lidar com a interferência externa de maneira adequada.
Além disso, a decisão do Tribunal Constitucional ocorre após a ordem de recontagem dos votos do primeiro turno, o que aumentou as controvérsias sobre o processo eleitoral. A surpresa com o desempenho de Georgescu, que estava atrás de outros candidatos nas pesquisas, também levanta questionamentos sobre a precisão dos levantamentos realizados antes da votação. Agora, uma nova data será marcada para repetir a votação do primeiro turno, o que deverá impactar o andamento das eleições presidenciais na Romênia.