Em maio de 2022, durante uma abordagem policial, um homem de 38 anos foi trancado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e exposto a gás lacrimogêneo, o que resultou em sua morte por asfixia. O caso gerou grande repercussão, e após mais de dois anos, três ex-policiais envolvidos foram julgados. O tribunal desclassificou o crime de homicídio doloso para homicídio culposo e tortura seguida de morte para dois réus, enquanto um outro foi condenado por homicídio triplamente qualificado.
Durante o julgamento, que durou 12 dias, mais de 20 testemunhas foram ouvidas, incluindo familiares, peritos e especialistas. A perícia concluiu que o homem passou mais de 11 minutos exposto a gases tóxicos, o que causou o colapso de seus pulmões. A condenação resultou em penas de 23 a 28 anos para os réus, que já estavam presos desde outubro de 2022. A decisão judicial também inclui uma indenização de R$ 1 milhão ao filho da vítima.
Apesar da condenação, a família da vítima afirmou que o veredito não trouxe felicidade, apenas um certo alívio. A situação evidenciou o uso excessivo de força durante abordagens policiais e gerou um debate sobre a responsabilização de agentes de segurança. Além disso, o caso gerou um pedido de investigação internacional e mobilizou diferentes esferas da sociedade, desde as autoridades até organizações de direitos humanos.