Após 11 dias de julgamento, o Tribunal do Júri de Sergipe condenou ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por tortura e homicídio triplamente qualificado no caso da morte de Genivaldo de Jesus Santos, ocorrido em 2022. A vítima foi asfixiada dentro do porta-malas de uma viatura, onde foi exposta a spray de pimenta e gás lacrimogêneo. A condenação dos réus, que devem cumprir penas de 23 a 28 anos, ocorreu após intensos debates entre a acusação e a defesa.
A abordagem policial, que inicialmente foi justificada como uma ação em resposta a um surto psicótico da vítima, foi contestada por exames periciais que descartaram a alegação. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Genivaldo estava sob efeito de um medicamento para esquizofrenia no momento da abordagem, e a causa da morte foi identificada como asfixia mecânica. Imagens da cena, que se tornaram públicas, mostraram a vítima sendo imobilizada e colocada no compartimento de transporte da viatura, o que gerou grande repercussão no país.
Além da condenação criminal, a União indenizou a família de Genivaldo em R$ 1 milhão, com base na responsabilidade do Estado por ações de seus agentes. A demissão dos policiais envolvidos foi determinada pela PRF após investigação interna, e a decisão final foi ratificada pelo Ministério da Justiça. A sentença do Tribunal do Júri reflete a gravidade do caso e a repercussão das ações das autoridades responsáveis pela segurança pública.