As taxas de juros futuros no Brasil apresentaram comportamentos distintos nesta sexta-feira, em um cenário de baixa liquidez. Enquanto os juros de prazos curtos recuaram levemente, influenciados pelo IPCA-15 de dezembro abaixo das expectativas, as taxas intermediárias e longas subiram, pressionadas por fatores internos e externos. O IPCA-15 mostrou desaceleração de 0,62% para 0,34%, resultado que, embora positivo, não alterou significativamente a percepção de persistência inflacionária, devido à manutenção de núcleos de inflação e serviços em patamares elevados.
Além da inflação, a alta do dólar e o aumento nos retornos dos Treasuries de longo prazo dos Estados Unidos adicionaram prêmios às taxas de juros. Dados do mercado de trabalho brasileiro, como o Caged e a PNAD Contínua, indicaram um mercado aquecido, com a taxa de desemprego atingindo 6,1%, o menor nível histórico. No entanto, esses dados tiveram impacto limitado nas taxas de juros, que continuaram sendo moldadas pelo cenário macroeconômico e político.
O ambiente político permanece conturbado, com a suspensão de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal, criando incertezas sobre a aprovação do Orçamento de 2025 e a capacidade de articulação do governo no Congresso. A crise entre os poderes elevou a percepção de risco político e afetou a confiança do mercado, reforçando a tendência de alta nas taxas de juros de prazos mais longos.