Os juros futuros no Brasil registraram alta significativa nesta quinta-feira, 26 de dezembro, refletindo o aumento das preocupações com o cenário fiscal e a pressão externa gerada pela elevação dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do governo dos Estados Unidos. A curva de juros apresentou uma elevação de cerca de 20 pontos-base a partir dos vencimentos intermediários, enquanto os vencimentos mais curtos subiram 10 pontos-base. Esse movimento ocorre em um contexto de liquidez reduzida, o que pode amplificar a volatilidade dos mercados financeiros.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu para 15,360%, ante 15,246% na última atualização. Já o DI para janeiro de 2027 avançou para 15,630%, de 15,454%, enquanto o DI para janeiro de 2029 foi para 15,230%, subindo de 14,999% no ajuste anterior, realizado na segunda-feira, 23. Esses aumentos são indicativos de uma crescente desconfiança do mercado em relação à estabilidade fiscal do país, além de refletirem o impacto da alta nos rendimentos dos Treasuries, que afeta os mercados financeiros globais.
A diminuição da liquidez, uma característica comum durante o período de fim de ano, tende a dificultar a negociação de ativos e aumentar a volatilidade. Mesmo com o cenário mais incerto, a expectativa é que os investidores sigam atentos ao desenrolar das questões fiscais no Brasil e aos movimentos do mercado internacional, que influenciam diretamente a dinâmica das taxas de juros no país.