Os juros futuros encerraram a quinta-feira em alta, especialmente nos vencimentos de curto e médio prazos, o que levou a uma redução na inclinação da curva de juros. A aprovação do pedido de urgência na tramitação do pacote fiscal inicialmente trouxe alívio, mas o impacto foi temporário. A curva de juros voltou a piorar no fim do pregão, reflexo de revisões de expectativas para a Selic, com foco na iminente data crítica para a atualização das projeções no Boletim Focus. Além disso, o dólar reduziu a queda e voltou a operar perto de R$ 6, o que aumentou a preocupação sobre a pressão inflacionária.
No mercado de juros, os contratos de DI para 2026, 2027 e 2029 fecharam com pequenas altas, refletindo a reprecificação do risco fiscal e a expectativa de um ciclo de juros mais elevado. O mercado reagiu ao cenário fiscal, que ainda carece de definições mais claras, e à possibilidade de uma medida mais urgente do Executivo em relação aos projetos em tramitação. Contudo, apesar do alívio momentâneo com a aprovação na Câmara, o cenário não se consolidou, e o pessimismo na ponta longa da curva foi reavaliado.
O foco agora está nas expectativas para a Selic, com instituições financeiras revisando suas projeções para o próximo ciclo monetário. Economistas indicam que a inflação pode continuar pressionando, especialmente no curto prazo, com a proximidade das festas de fim de ano e o aumento de custos em setores como alimentos e serviços. O mercado aguarda as decisões do Copom, com a previsão de novos aumentos da taxa básica de juros, que pode se manter elevada até 2025, dependendo da evolução do cenário inflacionário e cambial.