Os juros futuros terminaram a semana com uma alta acentuada, refletindo o crescente risco fiscal no cenário econômico. As taxas de juros subiram significativamente na sexta-feira, 13, mesmo sem novas informações sobre o pacote de corte de gastos. O sentimento predominante no mercado é de que a aprovação das medidas fiscais exigirá um afrouxamento das regras originalmente propostas, o que tem gerado insegurança sobre a sustentabilidade fiscal do país. Esse receio afetou principalmente as taxas de juros mais longas, como o DI para janeiro de 2027, que ultrapassou 15%.
Além disso, dados mais fortes sobre a atividade econômica, como o IBC-Br de outubro, que superou as expectativas, reforçam a expectativa de um movimento agressivo do Banco Central na definição da Selic. Contudo, a política monetária enfrenta desafios diante de uma política fiscal que não consegue conter os impulsos de gastos. O aumento das taxas de juros nos EUA também influenciou o mercado local, pressionando tanto o DI quanto o dólar. A combinação de fatores externos e internos contribuiu para o aumento das taxas e para um ambiente de maior incerteza no mercado financeiro.
Em resposta à pressão nos mercados, o Tesouro Nacional anunciou que adotará medidas para reduzir a volatilidade, com a antecipação de leilões de títulos públicos. Apesar disso, o cenário continua incerto, e a percepção do mercado é de que a política monetária talvez não seja suficiente para controlar a inflação sem a adoção de medidas fiscais mais rigorosas. O Banco Central segue comprometido com a meta de inflação, mas a trajetória da Selic e a evolução da dívida pública são questões que ainda geram grande preocupação entre os investidores.