As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) recuaram nesta terça-feira (10), refletindo maior otimismo do mercado quanto à possibilidade de aprovação do pacote fiscal do governo ainda este ano. A expectativa se fortaleceu após a indicação do ministro da Fazenda de que uma solução para o impasse sobre o pagamento das emendas parlamentares poderia destravar a tramitação das medidas no Congresso. No fim da tarde, as taxas dos contratos para 2026 e 2027 apresentaram queda expressiva, com a do DI para janeiro de 2026 fechando a 14,375%, ante 14,543% no ajuste anterior.
Além disso, o mercado também se ajustou após a forte alta das taxas nos dias anteriores, enquanto aguardava a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para quarta-feira (11). A especulação sobre um possível aumento de 1 ponto percentual na Selic ganhou força, especialmente após a divulgação de novos dados sobre a inflação, que registrou uma desaceleração no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 0,39% em novembro. Embora a inflação tenha desacelerado, o índice anual ainda se distancia do teto da meta do Banco Central, o que reforçou as apostas no aperto monetário.
No cenário internacional, o mercado observava também o desempenho dos Treasuries, com o rendimento do título de 10 anos subindo para 4,226%. Analistas apontam que, embora o foco esteja nos indicadores domésticos, o cenário externo, especialmente nos Estados Unidos, também influencia as decisões de investimento e o fluxo de capital. Com a expectativa de uma possível aceleração nas taxas de juros tanto no Brasil quanto nos EUA, investidores seguem atentos às próximas decisões monetárias.