As taxas dos contratos futuros de DI apresentaram uma queda significativa nesta quinta-feira (19), com recuos de mais de 60 pontos-base em alguns vencimentos. O alívio nos juros foi impulsionado por uma série de fatores, entre eles o avanço do pacote fiscal do governo no Congresso, falas do futuro presidente do Banco Central e a intervenção no câmbio, que estabilizou o mercado financeiro. A taxa do DI para janeiro de 2026, por exemplo, caiu de 15,478% para 15,06%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 recuou 65 pontos-base, para 15,3%.
Os investidores estavam inicialmente cautelosos em relação ao andamento das reformas fiscais no Congresso, principalmente após o adiamento da votação de uma proposta importante de ajuste fiscal. Esse adiamento gerou estresse nos mercados, elevando os prêmios de risco. No entanto, o Banco Central agiu com firmeza no câmbio, vendendo dólares para conter a desvalorização do real, o que ajudou a melhorar o clima no mercado. Além disso, o Tesouro Nacional fez uma recompra significativa de títulos, o que também contribuiu para a redução das taxas de juros.
O otimismo também foi alimentado pela aprovação da PEC do Abono no primeiro turno na Câmara dos Deputados e pela expectativa de que o pacote fiscal será concluído em breve. A volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília após uma cirurgia também foi vista como um fator positivo para acelerar a aprovação das medidas fiscais. No entanto, analistas alertam que, apesar dos avanços, ainda existem desafios fiscais de longo prazo a serem enfrentados, especialmente em relação à credibilidade e à sustentabilidade das contas públicas.