Os juros futuros terminaram a sessão com comportamentos mistos, com os vencimentos curtos em alta e os mais longos em queda. O início da tarde foi marcado por uma recuperação das taxas, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicaram compromisso com a responsabilidade fiscal e reforçaram as expectativas de aprovação mais rápida dos projetos do pacote de corte de gastos no Congresso. A oscilação das taxas também refletiu reações ao andamento dos projetos no Legislativo e ao noticiário fiscal, incluindo a frustração com a falta de urgência em alguns pontos do pacote.
Embora o mercado tenha reagido com volatilidade, houve alívio nas taxas longas durante a fala de Haddad, que destacou a importância de cortes fiscais para controlar a dívida pública e auxiliar na redução dos juros. As expectativas também se voltaram para a tramitação das propostas no Congresso, com destaque para a atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira, que reforçou o comprometimento em votar o pacote fiscal ainda neste ano. Além disso, foi bem recebida a declaração de Haddad de que não só a reversão da alta dos juros seria suficiente, mas também a atuação fiscal seria essencial para a estabilização da economia.
Apesar de a produção industrial ter registrado uma leve queda de 0,2% em outubro, o impacto na curva de juros foi limitado. O mercado manteve sua percepção de atividade econômica consistente no quarto trimestre. As projeções de aumento da taxa Selic para os próximos meses também impactaram a movimentação dos juros, com alguns analistas prevendo um aperto monetário maior que o anteriormente antecipado. A revisão para um aumento de 75 pontos base no Copom de dezembro reflete a expectativa de um ciclo de alta mais agressivo, mas as projeções ainda estão abaixo das taxas indicadas pelos contratos de DI.