As taxas dos DIs (Depósito Interfinanceiro) dispararam nesta quarta-feira (18), com aumentos de mais de 40 pontos-base em alguns contratos, em resposta aos receios do mercado sobre o cenário fiscal do Brasil. Apesar dos avanços nas medidas de contenção de gastos do governo no Congresso, os investidores continuam desconfiados quanto ao compromisso do Executivo com o equilíbrio fiscal, o que levou a uma elevação das taxas para os contratos de prazos mais longos, como os de janeiro de 2026 e 2027.
O Congresso avançou na aprovação de parte do pacote fiscal, com a Câmara dos Deputados aprovando um projeto que limita o crescimento das despesas com pessoal e incentivos tributários em caso de déficit primário. No entanto, a medida não foi suficiente para acalmar o mercado, que continua inseguro sobre a eficácia dos cortes e sobre a viabilidade do compromisso fiscal a longo prazo, especialmente em relação ao ano de 2025.
Além disso, o cenário interno é marcado pela expectativa de novos aumentos nas taxas de juros, com o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizando elevações adicionais após o aumento de 1 ponto percentual na semana passada. Apesar das ações do Tesouro Nacional, como a recompra de títulos públicos, e do Banco Central para conter a volatilidade, as taxas dos DIs continuaram em alta, refletindo o contínuo ajuste das expectativas do mercado.