As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) fecharam em queda significativa na sexta-feira (20), refletindo a aprovação do pacote fiscal do governo no Congresso e comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a independência do Banco Central e a área fiscal. O movimento de queda, que já durava dois dias, foi impulsionado pela aprovação de três propostas de ajuste fiscal antes do recesso parlamentar, incluindo um projeto de lei que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo.
Durante o dia, as taxas dos contratos de longo prazo recuaram de forma acentuada, com destaque para o DI para janeiro de 2027, que registrou uma queda de 27 pontos-base. Além disso, o pacote fiscal avançou no Senado, com a promulgação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz despesas obrigatórias do Executivo. A atuação do Tesouro Nacional, com a recompra de títulos públicos, também contribuiu para o alívio nas taxas, enquanto o dólar recuava frente ao real.
No final da tarde, as declarações de Lula sobre a confiança no futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e a garantia de autonomia da instituição ajudaram a intensificar a queda das taxas. Apesar desse alívio, a expectativa do mercado é de que o Banco Central possa aumentar a Selic novamente em janeiro, com uma probabilidade de 73% para uma alta de 125 pontos-base. No exterior, os rendimentos dos Treasuries também caíam, refletindo a reação do mercado a novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos.