Os juros encerraram a sessão em queda, depois de uma alta inicial, refletindo uma redução nos prêmios de risco. Essa queda foi impulsionada pela aprovação das pautas fiscais no Congresso e pela atuação conjunta do Banco Central (BC) e do Tesouro nos mercados de câmbio e títulos. A sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a autonomia do Banco Central, especialmente com a indicação de Gabriel Galípolo para o comando da instituição, foi vista como um fator positivo pelo mercado, reforçando a confiança no futuro da política monetária.
Apesar do alívio observado nas taxas de juros, a precificação da Selic terminal segue acima de 16%, com o mercado apostando em um ciclo de alta nas próximas reuniões do Copom. A expectativa para o encontro de janeiro é de que a taxa aumente entre 125 e 150 pontos-base, com o cenário ainda sendo impactado pela desidratação das propostas fiscais no Congresso. A redução nas estimativas de economia do pacote fiscal, que perdeu entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões, gerou preocupações iniciais sobre a possibilidade de o Brasil enfrentar dominância fiscal.
Porém, a curva de juros se ajustou após o Senado aprovar importantes projetos fiscais, como a limitação do crescimento do salário mínimo e mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que devem gerar uma arrecadação adicional de R$ 16,8 bilhões em 2025. O governo também sinalizou uma postura mais conciliadora com o mercado financeiro, com Lula expressando apoio à atuação independente do Banco Central, dando a Galípolo carta branca para conduzir a política monetária sem interferências do Executivo. Essa mudança de tom fortaleceu as expectativas de um ambiente econômico mais estável e colaborativo entre governo e mercado.