O julgamento dos cinco policiais militares envolvidos em uma operação que resultou na morte de três pessoas, incluindo uma criança de 11 anos, segue em andamento no Fórum Criminal de Rio Branco, Acre. O júri popular começou na quarta-feira, 4 de dezembro, com o depoimento de sete testemunhas de acusação. A expectativa é de que a defesa inicie sua fase na sexta-feira, 6, após a oitiva de mais testemunhas de acusação. Os acusados, que são integrantes da Polícia Militar do Acre (PM-AC), aguardam o julgamento em liberdade, e cerca de 47 testemunhas foram intimadas para o processo.
A operação policial ocorreu em maio de 2018, no bairro Preventório, em Rio Branco, e resultou na morte de Maria Cauane, de 11 anos, além de Gleiton Silva Borges e Edmilson Fernandes da Silva Sales. A versão inicial do Bope indicava que os tiros que atingiram as vítimas haviam ocorrido em um tiroteio iniciado por traficantes, mas a família contestou a versão, alegando que o disparo fatal veio de um fuzil utilizado por um dos policiais. Um laudo balístico confirmou essa versão, apontando que o tiro que matou Maria Cauane foi disparado por um policial militar. A acusação incluiu homicídio e lesão corporal contra outros envolvidos na ação.
O julgamento tem gerado intensos sentimentos de dor e clamor por justiça por parte das famílias das vítimas, que acompanham o processo de perto. O pai de Maria Cauane declarou que a morte de sua filha destruiu o sonho da criança de se tornar médica, e a mãe relatou ter sido humilhada pelos policiais no momento em que soube do falecimento. A defesa dos réus, por sua vez, refutou as acusações, alegando que o processo é uma tentativa de obter ganho financeiro às custas do Estado. O desfecho desse julgamento ainda está por ser definido, e o caso continua a mobilizar a sociedade local.