Uma pesquisa recente realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que três em cada dez jovens brasileiros entre 18 e 27 anos almejam ter seu próprio negócio, com a escolaridade sendo um fator relevante para esse desejo. A pesquisa também indicou que a maioria dos jovens não se identifica com as polarizações ideológicas atuais, com 67% dos entrevistados se declarando fora dos espectros de direita ou esquerda. No entanto, entre os que se identificam com alguma ideologia, os jovens de direita mostram maior interesse em empreender, enquanto os de esquerda tendem a se interessar mais por carreiras no setor público.
Em relação aos problemas sociais que mais afetam os jovens, a pesquisa apontou um crescimento na preocupação com a corrupção, que passou de 26% para 34% das respostas em comparação com o levantamento de 2021. A violência e a falta de segurança ocupam o segundo lugar, com 30% das respostas, seguidas por temas como saúde, crise ambiental e educação. A pesquisa também evidenciou que a questão da saúde mental, incluindo ansiedade e depressão, é uma das principais preocupações dessa faixa etária, com 38% dos jovens apontando problemas psicológicos como o maior desafio.
Além das preocupações sociais, a pesquisa indicou que o cenário político no Brasil ainda causa polarização, com jovens de direita e esquerda divergindo em questões comportamentais e sociais, como direitos civis e políticas de educação. No entanto, um número significativo de jovens (33%) se declarou indiferente a essa polarização, refletindo uma tendência crescente de distanciamento das ideologias tradicionais e de busca por alternativas de carreira mais independentes. A falta de perspectivas futuras e a pressão do mercado de trabalho são fatores que também pesam sobre a saúde mental dessa geração.