Em 2023, João Pessoa se tornou a capital com a maior desigualdade de renda do Brasil, com um índice de Gini de 0,629, o mais alto do país, segundo dados divulgados pelo IBGE. O índice de Gini é utilizado para medir a concentração de renda, com valores próximos de 1 indicando maior desigualdade. A cidade, que entre 2010 e 2023 viu um aumento na desigualdade, superou outras capitais, como São Paulo, e ocupa agora o primeiro lugar no ranking das cidades mais desiguais do Brasil.
Além da alta concentração de renda, a capital paraibana enfrenta um cenário de extrema pobreza. Em 2023, cerca de 7,4% da população da Paraíba, o que equivale a quase 300 mil pessoas, vivia com uma renda abaixo de R$ 209 por mês, o que caracteriza extrema pobreza. O número de paraibanos vivendo abaixo da linha da pobreza também é preocupante, atingindo 47,4% da população, superando a média nacional e regional do Nordeste.
Paralelamente à crescente desigualdade, João Pessoa vivencia uma valorização imobiliária acelerada. Nos últimos 12 meses, os imóveis residenciais da cidade tiveram uma valorização de 17%, o que gerou um aumento no preço das moradias e afastou a população mais pobre das áreas centrais e da orla. A Zona Sul da cidade tem absorvido parte desse crescimento, com bairros como Gramame apresentando grande expansão populacional, refletindo as dificuldades da população de baixa renda em acessar moradias próximas ao centro da cidade.