O Japão retomou a captura de baleias-comuns, uma prática proibida desde 1976 devido ao risco de extinção da espécie. Na última quinta-feira, 12 de dezembro de 2024, uma quantidade significativa de carne fresca foi leiloada por preços elevados em Shimonoseki, na província de Yamaguchi. O país inclui agora a baleia-comum em sua lista de espécies legalmente caçadas, ao lado de outras espécies como minke, Bryde e sei, após ter se retirado da Comissão Internacional da Baleia em 2019. As autoridades japonesas justificam a retomada da caça afirmando que a população de baleias no Pacífico Norte teria se recuperado.
A temporada de caça deste ano registrou a captura de 30 baleias-comuns, metade da cota estabelecida, e a carne foi comercializada em leilões. A carne da cauda, uma iguaria local conhecida como “onomi”, foi a mais valorizada, alcançando cerca de R$ 7.800 por quilograma. Contudo, essa prática de caça às baleias tem gerado controvérsias e críticas, principalmente de grupos conservacionistas, que alertam para o risco de uma nova diminuição nas populações dessas espécies.
A caça comercial às baleias no Japão, que remonta ao período pós-Segunda Guerra Mundial, foi uma importante fonte de proteína. Entretanto, o consumo de carne de baleia diminuiu significativamente nos últimos anos, com a produção caindo de 233.000 toneladas em 1962 para cerca de 2.000 toneladas atualmente. As autoridades japonesas pretendem aumentar esse número, mas especialistas duvidam da viabilidade do mercado sem o apoio de subsídios governamentais, dado que a carne de baleia é vista mais como uma iguaria do que um alimento cotidiano.