O Itaú Unibanco iniciou uma investigação interna após detectar um possível conflito de interesses envolvendo seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel. A apuração apontou que, após deixar o banco em julho para assumir um cargo no Grupo Santander, Broedel teria omitido sua sociedade com um professor de contabilidade, que também prestava serviços ao Itaú. O banco contratou os serviços dessa pessoa, embora a governança interna determine que executivos não possam decidir sobre relações com seus próprios sócios.
De acordo com as investigações, a empresa de Broedel e seu sócio recebeu transferências de uma outra empresa contratada pelo banco, com valores compatíveis aos pagos pelo Itaú entre 2019 e 2024. A situação foi reportada ao Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que podem analisar o caso e, caso julguem procedente, aplicar sanções. Além disso, a auditoria independente, PwC, foi solicitada para revisar os balanços financeiros do período, sem encontrar inconsistências significativas.
Em resposta, Broedel negou as acusações, afirmando que o professor era fornecedor do banco há décadas e que não houve irregularidades. Ele também expressou surpresa com a denúncia do Itaú após sua saída para assumir um cargo em outro grande banco concorrente, e indicou que tomará as medidas judiciais apropriadas. O Itaú reafirmou que os valores envolvidos são considerados pequenos e que não impactaram os resultados financeiros.