O Itaú Unibanco iniciou uma investigação interna após detectar indícios de possível conflito de interesses envolvendo seu ex-diretor financeiro, que deixou o banco em julho para assumir um cargo no Grupo Santander, na Espanha. A investigação revelou que, enquanto estava no cargo, o executivo teria omitido a informação de que era sócio de uma empresa juntamente com um fornecedor do banco, professor e especialista em contabilidade. Esse fornecedor, que prestava serviços para o Itaú, teria recebido pagamentos de uma outra empresa contratada pela instituição, com valores compatíveis aos pagos pelo banco.
O banco segue protocolos rigorosos de governança, os quais incluem questionários anuais para verificar potenciais conflitos de interesse entre seus executivos e fornecedores. No entanto, serviços de alta especialização, como os prestados pelo professor, podem ser contratados sem licitação. Após a descoberta, o Itaú notificou as autoridades reguladoras, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, e solicitou uma reavaliação dos balanços financeiros de anos anteriores, embora não tenha sido identificada qualquer irregularidade nos resultados apresentados.
Em resposta às acusações, o ex-diretor financeiro refutou as alegações, afirmando que a parceria com o fornecedor existia antes de sua entrada no banco e que a denúncia ocorreu após sua saída para um novo cargo. A investigação continua e poderá resultar em sanções para os envolvidos, caso as autoridades regulatórias decidam pela infração.