O Itaú Unibanco está investigando possíveis irregularidades envolvendo um ex-executivo da instituição, acusado de violar políticas internas e agir em conflito de interesses em contratos de pareceres técnicos. O banco alega que o ex-diretor financeiro teria aprovado pagamentos a uma empresa com a qual mantinha vínculos pessoais e profissionais, totalizando aproximadamente R$ 10,45 milhões entre 2021 e 2024. A apuração interna, que começou em agosto e foi concluída em novembro, também incluiu a revisão das movimentações financeiras em contas correntes, com suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro e fraude.
Como resultado da investigação, o Itaú protocolou um protesto interruptivo de prescrição e busca a anulação da aprovação das contas do executivo entre 2021 e 2023, a fim de recuperar valores pagos indevidamente. Além disso, o banco planeja entrar com uma ação civil no início de 2025 para exigir uma indenização de R$ 6,6 milhões pelos pareceres não entregues e R$ 4,86 milhões em valores transferidos de maneira suspeita entre empresas associadas ao ex-diretor. O banco também notificou órgãos reguladores, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários.
O ex-executivo, que deixou o Itaú em julho para assumir um cargo no Santander, nega qualquer irregularidade e afirma que os serviços contratados foram do conhecimento do banco e atendiam a solicitações de diversas áreas da instituição. Ele argumenta que as transferências entre empresas associadas eram apenas movimentações entre sócios e expressou surpresa com as acusações, que surgiram após sua saída do banco. O caso segue em investigação, e a decisão final sobre a ação civil caberá à Justiça.