A Itália realizou, pela primeira vez, o pagamento de uma compensação às vítimas de crimes de guerra perpetrados durante a Segunda Guerra Mundial, destinando 840 mil dólares aos herdeiros de uma das vítimas de um massacre ocorrido na Toscana, em 1944. A decisão foi anunciada pelo advogado da família e pelo Tesouro Italiano, após décadas de batalhas jurídicas. O pagamento foi uma importante medida histórica, que pode abrir precedentes para outras famílias de vítimas de crimes cometidos por forças nazistas e fascistas na Itália.
O massacre, que vitimou 244 pessoas, incluindo o indivíduo que teve os herdeiros beneficiados com a compensação, ocorreu em Civitella in Val di Chiana, como represália de tropas alemãs à morte de dois soldados durante um confronto com combatentes italianos que resistiam à ocupação. A medida, anunciada com satisfação pelos advogados da família, marca um avanço após mais de 20 anos de processos judiciais, e é vista como um marco na luta por justiça para as vítimas e seus descendentes.
Embora a Alemanha tenha pago à Itália, em 1962, uma compensação de 40 milhões de marcos alemães para cobrir danos causados pelas forças nazistas, o governo italiano nunca havia implementado compensações diretas para as vítimas ou seus herdeiros. Em 2022, o então primeiro-ministro criou um fundo de 61 milhões de euros para enfrentar as demandas crescentes por reparações. Estudos estimam que milhares de italianos foram vítimas de crimes de guerra nazistas, incluindo deportações para campos de concentração e trabalho forçado.