Partidos governistas e grupos armados xiitas do Iraque estão avaliando os prós e contras de uma possível intervenção militar na Síria, considerando o avanço dos rebeldes islâmicos sunitas como uma ameaça significativa. Esses rebeldes, que tomaram várias cidades sírias, estão se aproximando de uma terceira, o que preocupa o governo iraquiano. O Iraque tem um histórico tenso com combatentes sunitas que atuaram na Síria e depois se deslocaram para o país após a invasão dos EUA em 2003, alimentando confrontos sectários até o surgimento do Estado Islâmico em 2013.
Atualmente, a situação no terreno é complexa, com rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham avançando na Síria. Embora esses grupos neguem qualquer ambição de se expandir para o Iraque, facções dominantes no país têm desconfiança em relação às suas intenções. Em resposta a essa ameaça, o Iraque já posicionou suas forças armadas e as Forças de Mobilização Popular na fronteira com a Síria, além de contar com o apoio de grupos armados alinhados ao Irã que atuaram na Síria anteriormente.
Embora, por enquanto, a prioridade seja defender a fronteira ocidental do Iraque, e não apoiar diretamente o regime sírio de Bashar al-Assad, o cenário pode mudar dependendo dos acontecimentos na Síria. Caso os rebeldes avancem para Homs ou se o regime de Assad cair, algumas facções iraquianas podem reconsiderar sua posição. O governo iraquiano, por meio de seu porta-voz, afirmou que o país não busca uma intervenção militar, mas considerou a divisão da Síria como uma “linha vermelha”.