A recente queda de Bashar al-Assad na Síria representa um golpe estratégico significativo para o Irã, que perdeu um aliado-chave no Oriente Médio, em um momento crítico de sua história. O regime iraniano, que vinha sustentando sua influência regional através de uma rede de milícias, agora vê suas bases de poder enfraquecidas, com o colapso de Assad e a intensificação da pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos e Israel. As consequências dessa perda se somam à crescente tensão interna no Irã, que enfrenta dificuldades econômicas e protestos populares, além de desafios no campo militar e nuclear.
O Irã investiu bilhões de dólares na Síria para apoiar o regime de Assad, especialmente durante a guerra civil síria, mas agora se vê incapaz de proteger esse aliado. A morte de líderes importantes, como Qasem Soleimani e a derrota do Eixo da Resistência, deixam o país numa posição defensiva. A estratégia de influência regional do Irã, que dependia de uma rede de aliados como o Hezbollah e os houthis no Iémen, perdeu força com o recente avanço de Israel e o enfraquecimento das suas operações militares. Isso torna o regime iraniano mais vulnerável a pressões externas e interna.
Além disso, o Irã enfrenta uma crescente instabilidade política interna, com um regime contestado por setores da população, especialmente entre os mais jovens, que rejeitam as restrições sociais e econômicas impostas pelo governo. O atual líder supremo, Ali Khamenei, está mais próximo da transição do poder e a sucessão é uma questão central para a estabilidade do regime. Ao mesmo tempo, o país segue avançando em seu programa nuclear, aumentando o risco de uma crise internacional, enquanto observa atentamente as ações de um possível novo governo nos Estados Unidos, sob Donald Trump, que pode intensificar a pressão sobre o Irã.