Uma operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo investiga um esquema de desapropriações irregulares em Caraguatatuba, envolvendo servidores públicos e empresários. A suspeita é que o grupo direcionava processos de desapropriação e ocultava irregularidades para beneficiar interesses privados, causando um prejuízo estimado em R$ 50 milhões aos cofres públicos. Na segunda fase da operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em órgãos municipais e residências de investigados, além de ser autorizada a quebra de sigilo fiscal e bancário de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.
A investigação teve início com a análise de uma desapropriação relacionada à construção do Centro de Eventos no bairro Porto Novo, onde foram detectados indícios de sobrepreço e pagamentos a empresas sem comprovação de posse dos imóveis. A movimentação de grandes quantias em espécie chamou a atenção das autoridades, indicando possíveis práticas de lavagem de dinheiro. Além disso, documentos, computadores e celulares apreendidos nas duas fases da operação têm sido fundamentais para aprofundar as apurações sobre o suposto esquema.
A operação, conduzida pelo Gaeco e pelo Seccold, é parte de um esforço para desmantelar estruturas organizadas que teriam desviado milhões de recursos públicos. Em sua primeira fase, realizada em 2023, já haviam sido cumpridos diversos mandados e afastados servidores públicos suspeitos. Agora, as autoridades avançam na coleta de provas e no rastreamento dos fluxos financeiros para responsabilizar os envolvidos e recuperar os valores desviados.